Justiça – Direito de Todos

Seminário “Mulher viver sem violência” acontece no dia 20 em Itajaí

Seminário “Mulher viver sem violência” acontece no dia 20 em Itajaí

Evento vai reunir mulheres dos municípios da AMFRI e as interessadas devem procurar as secretarias de assistência social da cidade onde moram até o dia 15

No dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completou 8 anos. E desde então, a luta para combater a violência contra a mulher é grande. Os números mostram que os índices de agressões não diminuíram no Brasil. Santa Catarina está no 25º lugar no ranking nacional com a taxa de 3,5 homicídios femininos por cem mil mulheres. Florianópolis é a 25ª capital mais violenta, com a taxa de 3,2 homicídios por cem mil mulheres. Dados que constam no Relatório 1, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI.

Na questão dos municípios aqui da região, Balneário Camboriú ocupa a posição 89 do ranking dos 100 mais violentos do País. Isso porque os registros das duas cidades ( Camboriú e BC) são realizados na cidade. Ainda em SC, Lages ( 17º); Mafra ( 45º); Criciúma ( 83º) e Chapecó ( 91º) estão na lista.

No Brasil, de acordo com dados de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( IPEA), em 10 anos, de 2001 a 2011, a estimativa aponta mais de 50 mil feminicídios (mortes de mulheres decorrentes de conflitos de gêneros), ou seja, cerca de 5 mil mortes por ano. Porém, esse mesmo estudo mostra que no país não existem estimativas nacionais sobre o número de mulheres que são assassinadas por parceiros. O que foi levado em conta é a totalidade dos óbitos de mulheres vítimas de agressões.

Quando se fala em violência não se pode apenas pensar em mortes. São vários os tipos praticados e que deixam sequelas. A Secretaria de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal elenca, por exemplo, outros três tipos: a violência psicológica, o assédio moral e a violência patrimonial.

Para discutir esses assuntos, acontece no dia 20 de setembro, sábado, o lançamento regional do programa MULHER VIVER SEM VIOLÊNCIA. O evento pretende reunir mais de mil mulheres no parque do Agricultor Gilmar Graf, em Itajaí, das 9h às 16h. Esse é um trabalho organizado pelo governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Itajaí, e Coordenadoria Estadual da Mulher, em parceria com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina através da Coordenadoria de Execução Penal e da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Cepevid. Para auxiliar nessa abordagem, serão distribuídas as cartilhas “Dê um Basta na Violência”, elaborada pela CEPEVID e apresentado também o Projeto Justiça Direito de Todos, na busca de um espaço para as demais vítimas de crime, que estão invisíveis para o Estado.

Segundo a secretária regional Eliane Rebelo, “com esse movimento nós queremos estar interligando as várias instituições, seja ela a polícia, assistência social através dos Cras, os lares que abrigam, para fortalecermos toda essa rede e que as mulheres tenham certeza de que em algum desses espaços elas possam ter apoio e possa fazer justiça à violência que é praticada contra ela”.

A juíza da 1ª Vara Criminal de Itajaí e subcoordenadora da CEPEVID, Sônia Moroso Terres afirma que a ideia do evento é promover as políticas públicas necessárias para o empoderamento da mulher juntamente em uma estratégia que envolve toda a comunidade, numa sintonia multi e interdisciplinar. Para a magistrada, “ é fundamental trabalharmos essa herança patriarcal que auxiliou na construção social de conceitos que devem ser extirpados de nossa sociedade baseados numa falsa premissa de que o sexo feminino é inferior ao masculino. Essa construção social explica a questão da desigualdade entre os gêneros, no objetivo grotesco de manutenção do poder pelo masculino. Com a ameaça de perda desse domínio, dessa posse do homem que ainda percebe a mulher como objeto ocorre a violência doméstica”.

Mais informações: (47) 3398-6019 | (47) 3398-5984 SDR Itajaí

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